Banco do Brasil

Faces Negras Importam

Banco do Brasil • 20 de dezembro de 2024

Luiza Mahin, Tereza de Benguela e Maria Felipa têm suas faces recriadas em iniciativa apoiada pelo Banco do Brasil

O que Tereza de Benguela, rainha quilombola do século XVIII; Luiza Mahin, figura marcante na Revolta dos Malês, e Maria Felipa, liderança na independência da Bahia, têm em comum? Elas são mulheres negras que transformaram o rumo histórico do Brasil e tiveram seus rostos apagados. Mas um nome sem rosto não pode contar sua história, e é com essa premissa que o Banco do Brasil apoia as pesquisadoras Aline Najara, Eny Kleyde Vasconcelos, Silviane Ramos e Rejane Mira a resgatarem e recriarem os rostos dessas importantes personagens.

O projeto “Faces Negras Importam” nasceu de uma provocação: ao buscar em sites de pesquisa o nome dessas três figuras da história brasileira, todas são representadas pela mesma imagem, a foto “A Mulher Negra de Turbante”. Para resgatar o direito de registrar suas narrativas, atualizar os acervos de pesquisa e literaturas, e devolver as imagens dessas mulheres para a história, o projeto reúne pesquisadoras, estudos acadêmicos e recursos de Inteligência Artificial para recriar os rostos de cada uma delas.

As imagens foram criadas e dirigidas por Ilka Cyana, diretora e artista visual. Ilka utilizou uma combinação de ferramentas de IA e editores de imagem para desenvolver representações visuais únicas, contribuindo, com ainda mais vida, ao projeto com sua técnica apurada.

A iniciativa de comunicação, criada pela agência WMcCANN, apresenta a todo o país as faces dessas mulheres, revelando que suas histórias agora ganham rosto. Tereza de Benguela, Luiza Mahin e Maria Felipa passam a ser devidamente representadas. As imagens serão disponibilizadas no site bb.com.br/facesnegrasimportam para a composição de acervos físicos e digitais e auxiliar pesquisas acadêmicas.

“Criar uma ação que busca ‘devolver’ as faces de mulheres negras tão importantes na nossa história é uma iniciativa emocionante, histórica e poderosa. O projeto ainda reafirma o compromisso real do BB com a diversidade e inclusão”, explica João Netto, redator da WMcCann e membro do Conselho de Igualdade Racial do Distrito Federal.

“O projeto Faces Negras Importam está conectado com o nosso propósito. Além de trazer atributos de brasilidade, o projeto reforça que a gente se importa e o papel que o Banco do Brasil tem em temas tão relevantes para a sociedade brasileira. Queremos transformar esse cenário, apoiando as pesquisadoras e seus estudos acadêmicos, para divulgar as faces dessas mulheres para todo o Brasil”, explica Lidiane Orestes, gerente executiva de Direitos Humanos, Diversidade, Equidade e Inclusão do Banco do Brasil.

Conheça as pesquisadoras:

Aline Najara da Silva Gonçalves é uma mulher negra, brasileira, natural de Alagoinhas, Bahia. É doutora em História (UFRRJ), mestre em Estudos da Linguagem (UNEB) e especialista em História Afro-Brasileira (FAVIC). É autora dos livros “Luiza Mahin: Uma Rainha Africana no Brasil” (CEAP, 2011) e “Luiza Mahin: A Guerreira dos Malês” (CEAP, 2011), bem como da tese “É conter os negros: debates e narrativas sobre a questão do elemento servil no Império do Brasil, 1865-1908” (UFRRJ, 2022). Suas pesquisas estão centradas na história do processo de emancipação da mão de obra escravizada e do pós-abolição no Brasil. Atualmente desenvolve pesquisa de pós-doutorado no Centro de Estudos Latino-Americanos (CLAS) da Universidade de Pittsburgh (EUA), no âmbito do Consórcio Universitário de Estudos Afro-Latino-Americanos.

Rejane Mira é mestre em Desenvolvimento Regional, especialista em Metodologia do Ensino Superior, turismóloga e já realizou diversos trabalhos de consultoria em turismo e interpretação do patrimônio em destinos da Bahia. Foi professora na FACTUR (Faculdade de Turismo da Bahia), Instituto Federal da Bahia (IFBA) e na Fundação Visconde de Cairu. É autora do livro “Turismo e Interpretação do Patrimônio: Uma abordagem comunitária” e sócia da Cria Rumo Consultoria. Consultora e instrutora do Sebrae nas áreas de turismo, cultura e economia criativa.

Silviane Ramos Lopes da Silva é uma mulher negra quilombola. Professora doutora da Seduc/Unemat – Gedifi/Fiocruz latinas. Pesquisadora pertencente à comunidade do Calvário de Vila Bela da Santíssima Trindade. Historiadora e socióloga, afroartivista e produtora cultural, escritora e presidente fundadora do Coletivo Herdeiras do Quariterê. Idealizadora do projeto Potências Negras Criativas, que alcança hoje 14 dos 26 estados do nosso país transformando a vida de pessoas negras. Mãe de Júlia Beatriz e Ian, filha de Maria das Dores, neta de Gregória Marques Ramos, bisneta de Teodora e tataraneta de Tereza! Marca, assim, a pertença da quinta geração de Tereza de Benguela.

Eny Kleyde Vasconcelos é mestra em Educação e pesquisadora de Maria Felipa.

Assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lWbTWNqyy2I